O erro alheio justifica o seu?

Isso e' algo que realmente me toma de tempos em tempos. E sempre chego na mesma conclusao: nao.
Imaginem so' a seguinte situacao. Um maridao 'machao' que acha que ao final do dia sua mulher tem que fazer um jantar para ele, diferente do que ela ja' fez para toda familia - afinal ele quer. Se nao fosse pouco, ele ainda berra com ela exigindo tal coisa apos ela se negar a fazer. Como ela sempre foi muito submissa - apesar de nos ultimos tempos andar tentando ter a voz mais ativa - ele se sente no direito de fazer isso. Ela fica perdida; se retrai completamente e se pergunta o que deve fazer. Entao ela resolve negar o pedido ainda assim - afinal ela esta' se esforcando para nao se anular tanto. Momentos depois, ela liga para sua "melhor amiga" e conta toda a barbarie.
Antes de continuar a estoria, preciso fazer algumas colocacoes: ambas amigas sao pessoas boas, de grande bom senso se comparado a maioria, que fazem o bem (ou ao menos nao praticam maus atos premeditadamente) e que buscam o amadurecimento/evolucao espiritual.
Entao, depois de finalizado o discurso, a melhor amiga diz "griiite com ele tambem! Diga que voce nao ira' cozinhar de novo porque ja' ha' uma comida na mesa e ai nao e' restaurante! Nao deixe que ele fique gritando contigo!".
Ponto. A minha historia para por aqui.
Quer uma outra bem simples? Pegue as situacoes diarias que ocorrem no transito... alguem te corta e o que voce faz? Xinga a pessoa. Ela revida e isso como todos sabemos, chegam a casos extremos de assassinatos.
Mais um outro exemplo bem corriqueiro? Voce e sua mae ou voce e um amigo discordam em algum assunto delicado; entao o outro te da' alfinetadas e o que voce faz? Devolve a altura.
Agora vamos pensar juntos. O que passa pela cabeca ao devolver na mesma moeda um erro alheio? "E' justo!"? Justo para com quem, cara palida? Com o outro? Mas quem realmente importa? O outro ou voce? Porque no momento o qual voce se identifica com tal situacao criada por qualquer outra pessoa, voce sente raiva, angustia, medo, revolta, entre milhares de outros sentimentos que sao destrutivos.
Sugiro ter em consciencia alguns pontos importantes:
1) O que o outro faz ou deixa de fazer, e' um problema so' e somente dele. Se ele grita, se ele e' mal educado, se ele e' ironico, se ele faz qualquer coisa que nao seja em pro' de uma boa convivencia, em pro' do amor (mais profundamente falando), entao e' apenas e exclusivamente ele quem tera' que se auto tratar, se auto perceber e sanar esse triste comportamento.
2) Sempre nos temos a opcao de escolha. Voce pode sim optar por se sentir afetado com o ocorrido e assim emplacar varios sentimentos destrutivos dentro de si e muito provavelmente acabar com seu dia ou passar horas se lamuriando... ou entao voce pode decidir que a inconsciencia alheia nao te atinge e que voce, escolhe manter seu bom humor. Nao deixe que o outro dite a forma a qual voce ira' se sentir, a forma a qual voce ira' agir. Porque convenhamos: reagir esta' longe de ser a mesma coisa que agir. Agir e' por voce mesmo, por sua escolha, por seu entendimento. Quanto ao outro, no maximo nos despertara' sentimento de pena, afinal a inconsciencia dele e' tao grande que nao consegue visualizar o mal que esta' fazendo aos outros e pior, a si mesmo.
3) Temos mais uma vez a opcao de escolha. Se voce convive com uma situacao recorrente e nao consegue acabar com ela, entao sempre ha' a chance de mudar. Mudar voce mesmo e nao a pessoa. Junte forca de vontade, organize as ideias e planeje os passos que precisarao ser dados para ter uma outra situacao na sua vida. Seja uma mudanca (de qualquer tipo), seja o termino de uma relacao (de qualquer tipo), seja desviar o caminho daquele cachorro velho que sempre late quando voce passa, seja nao dividir mais certos assuntos com certas pessoas... enfim, sempre ha' outros caminhos; outras escolhas.
Importante e' voce ser gentil consigo mesmo e com os outros... e mais ainda: nao trair seus sentimentos ao cair nas armadilhas - muitas vezes involuntarias - alheias.