domingo, 30 de setembro de 2012

Relacionamento - Amor e Liberdade - Osho


Primeiro Seja - Relacionar-se é uma das maiores coisas da vida: é amar, compartilhar. Para amar é preciso transbordar de amor e para compartilhar é preciso ter (amor). Quem se relaciona respeita e não possui. A liberdade do outro não é invadida, ele permanece independente. Possuir é destruir todas as possibilidades de se relacionar. Relacionar é um processo. Relacionamento é diferente de relacionar-se: é completo, fixo, morto. Antes devemos nos relacionar conosco mesmos e escutar o coração para a vida ir além do intelecto, da lógica, da dialética e das discriminações. É bom evitar substantivos e enfatizar os verbos. A vida é feita de verbos: amar, cantar, dançar, relacionar, viver.

O Outro Dentro de Você - Nada machuca mais do que quando um sonho é esmagado, uma esperança morre, o futuro se torna escuro. A frustração representa uma parte muito valiosa no crescimento espiritual. A nova psicologia está baseada nas experiências da escola mais antiga, tantra.
Qualquer um que seja dependente de alguém, odeia essa pessoa.

Ciúme - Quando há atração sexual e o ciúme entra é porque não há amor. Há medo, porque o sexo é uma exploração. O medo se torna ciúme. Não se pode amar alguém não-livre, pois o amor só existe se dado livremente, quando não é exigido, forçado e tomado. Quanto mais controlamos, mais "matamos" o outro. As causas do ciúme estão dentro de nós; fora estão só as desculpas. O amor não pode ser ciumento. Ele é sempre confiante. Confiança não pode ser forçada. Se ela existir, segue-se por ela. Senão, é melhor separar, para evitar danos e destruição e poder amar outra pessoa. Quando amamos alguém, confiamos que não quererá outro. Se quiser, não há amor e nada pode ser feito. Só através do outro tornamo-nos conscientes de nosso próprio ser. Só num profundo relacionar-se o amor de alguém ressoa e mostra sua profundidade: assim nos descobrimos. Outra forma de autodescoberta, sem o outro, é a meditação. Só há dois caminhos para chegar ao divino: meditação e amor.

Do Sexo ao Samadi - Só temos uma energia que, no mais baixo, é sexual.
Refinada, transforma-se pela alquimia da meditação e torna-se amor ou oração. O sexo é o fenômeno mais importante da vida. É natural, não exige preocupação. Repressão é esconder energias impedindo sua manifestação e transformação. Até hoje nenhuma sociedade encarou o sexo naturalmente. O sexo revela que somos dependentes. As pessoas egoístas são contra o sexo (?) Nele sempre há o risco de rejeição. Nele nos tornamos animais, porque naturais. Quando aceitamos o passado, o futuro se torna uma abertura. O tantra usa o ato sexual rumo à integridade, se nos movermos nele meditativamente, sem controle, com loucura, sem tempo, sem ego, naturalmente. Tantra é um longo caminho do sexo ao samadi. Samadi é o supremo gol; sexo é só o primeiro passe. Uma pessoa se torna Buda quando o sexo é transformado em Samadi. É bom mover-se no sexo, mas permanecer observador. A meditação é a experiência do sexo sem sexo. O sexo é um fim em si mesmo e no presente. Sem amor o ato sexual é apressado. Sem pressa, estando no presente, caminha-se para a comunhão, a entrega, a espiritualidade, o relaxamento, o fluir, a fusão, o êxtase, o Samadi. Não há necessidade de ejaculação. Quanto mais observamos, mais nossos olhos são capazes de ver, mais são perceptivos. "O homem e a mulher são dois pólos diferentes, o pólo positivo e negativo da energia. Seu encontro provoca um circuito e produz um tipo de eletricidade. O conhecimento dessa eletricidade é possível se o período de cópula puder ser mantido por um período mais longo. Então uma alta carga, produzindo uma auréola de eletricidade evoluirá por si mesma. Se as correntes dos corpos estiverem num abraço total e
completo, pode-se até mesmo ver um lampejo de luz na escuridão."

Relacionamento como um Espelho - O amor se relaciona, mas não é relacionamento, que é algo acabado. Ele é como um rio fluindo, interminavelmente. Há flores do amor que só desabrocham após uma longa intimidade. Relacionar-se significa que estamos sempre começando, sempre tentando nos tornar conhecidos. A alegria do amor está na exploração da consciência. Quando investigamos o outro, fazemos o mesmo conosco.
Aprofundando-nos no outro, nos aprofundamos em nós mesmos. Tornamo-nos espelhos para o outro e o amor torna-se meditação. Quando mais descobrimos, mais misterioso o outro se torna: o amor é uma aventura constante. Quando estamos apaixonados, a linguagem não é necessária. O amor não escraviza, não é possessivo nem exigente. Ele liberta, permitindo aos amantes voarem alto, em direção a Deus. Quando apreciamos nossa solidão, nos tornamos meditadores. Só quem é capaz de ser feliz sozinho pode contribuir com a felicidade de outro.

Amor Verdadeiro - Quando há dependência não há maturidade nem amor, há necessidade. Usa-se o outro, o que é desamoroso. Ninguém gosta de ser dependente, porque a dependência mata a liberdade. Os homens sempre querem mulheres que sejam "menos" do que eles. A maturidade vem com o amor e acaba com a necessidade. Amor é luxo, abundância. É ter tantas canções no coração, que é preciso cantá-las, não importando se há quem ouça. Quando somos
autênticos, temos a aura do amor. Quando não, pedimos amor aos outros. Quem se apaixona não tem amor e, assim, não pode dar. Quem é maduro não cai de amor, mas se eleva nele. Duas pessoas maduras que se amam, ajudam-se a se tornarem mais livres. Liberdade, moksha, é um valor mais elevado que o amor.
Por isso é que o amor não vale a pena se a destruir.

Solidão e Solitude - Na solitude estamos constantemente encantados conosco mesmos. Ela é abençoada, um profundo preenchimento, que nos mantém centrados e enraizados. Ela é independente. Todos são um fim em si mesmos. Ninguém existe para ser usado. Quem está no pico da solitude só se atrai por quem também esteja só. Dois solitários olham um para o outro, mas dois que conheceram a solitude olham para algo mais elevado. Se estão felizes consigo mesmos, tornam-se companheiros. As palavras felicidade e acontecimento têm a mesma raiz em inglês. Porque a felicidade simplesmente acontece. Para ser feliz é preciso deixar acontecer. O caminho do amor deve ser tomado com tremenda consciência e o da consciência, com tremendo amor. Depois de cada experiência profunda nos sentimos sós e tristes: seja um grande amor ou uma meditação. Por isso muitos evitam experiências profundas. A solitude é bela e livre. É um momento em que o outro não é necessário. Após essa liberdade o amor é possível. O amor traz solitude e a solitude traz amor. Já a solidão não cria amor; apenas necessidade. Ela pode matar. Dois solitários não conseguem se relacionar porque isso não ocorre a partir da necessidade.
Solitude é uma flor desabrochando, é positiva, saudável. Só o amor dá a coragem de sermos sós. Só assim acumulamos energia até transbordar e transformar-se em amor. Sós, acumulamos amor, celebração, dança, energia, prazer, vida. Só o excesso de energia possibilita o orgasmo, que não é um alívio, mas celebração. Quando os amantes se afastam, readquirem sua solitude, beleza e alegria. A alegria traz a necessidade de compartilhar. A paixão é muito pequena diante da compaixão. Solitude é mover-se para dentro e amor é mover-se para fora. Ambos os movimentos são enriquecedores.

Terminando um relacionamento - Onde houver consciência, há revolta contra a repetição mecânica. Totalidade é a base da liberdade. Simpatia não é amor.
Não se resolve problemas dentro da mente, pois ela é o problema, que não se resolve com respostas, por não ser um problema intelectual, mas existencial.
Em vez de pensar é melhor entrar no silêncio, que é a porta a caminho da divindade. Relacionamento não é amor e amor não é relacionamento. Este é pronto e fechado e o amor é fluir. Relacionamento é estrutura; amor é não-estruturado. Amor é um processo, um estado de ser. As pessoas amorosas não precisam de relacionamentos. O relacionamento torna-se necessário quando o amor está ausente, ele o substitui. É preciso muita coragem para permanecer aberto, sem criar um relacionamento. O amor acontece, nós não o fazemos acontecer: só podemos nos tornar disponíveis. O amor vem do nada, como um solavanco e só é possível entre iguais. Se escolhemos alguém que tem medo de aprofundar é porque nós também temos. Quando o amor se aprofunda, aumenta a liberdade. Elevar-se no amor é um aprendizado, uma mudança, uma maturidade. É algo espiritual. Quem é sábio não impõe sua idéia a ninguém. A vida é incerta, a insegurança é seu próprio espírito. Só a morte é certa.
Nunca devemos perguntar sobre problemas dos outros.

Casamento - Ninguém nasce para o outro. Amor e liberdade andam juntos. Ela é uma expressão do amor. "Dar" liberdade é confiar. O crescimento precisa de liberdade. De todas as artes, o amor é a mais sutil e precisa ser aprendida.
Amor é felicidade, harmonia, saúde. Um grande amante está sempre pronto a dar amor e não está preocupado se vai receber de volta ou não. O amor tem sua própria felicidade intrínseca. Quanto mais amamos, maior a possibilidade da pessoa certa acontecer, porque o coração floresce. O amor real nos deixa felizes e harmônicos pela simples presença do outro. Amor é eternidade. Se estiver presente, cresce. Ele conhece o início, mas não o fim. Duas pessoas infelizes que se unem multiplicam sua infelicidade.

Amizade e Ser Amigo - Love vem do sânscrito lohba, avareza. A amizade pertence ao templo e não à loja. Devemos ser amigáveis com todos: pessoas, animais, plantas e não criar amizades, necessariamente. Amizade é amor sem caráter biológico. As pessoas iluminadas têm mais inimigos do que as não-iluminadas, pois os cegos não perdoam quem enxerga e os ignorantes não perdoam quem sabe. Ser amigável, amoroso, autêntico, inocente sem causa é suficiente para disparar muitos egos contra si.

Meditação e Amor
- Quem quiser harmonia no amor precisa aprender a ser mais meditativo. O amor sozinho é cego, quem enxerga é a meditação. É bom substituir brigas por entendimento. Os conflitos existem por falta de compreensão. As palavras medicina e meditação têm a mesma raiz. A medicina cura o corpo, a matéria e a meditação cura a alma, o espírito. O amor é uma meditação e ela desabrocha no amor. Meditação é um estado de bênção, não-pensamento, serenidade e silêncio. É autodescoberta e a necessidade de compartilhar: o amor. Meditação é um estado de não-mente, de pura consciência. É preciso aprender o truque de não nos envolvermos com a mente, a arte de permanecermos indiferentes. Maturidade é conhecer algo em nós que é imortal: a meditação, que conhece Deus. A mente conhece o mundo, fica obcecada pelas nuvens, que vão e vêm. A meditação busca o céu, que é permanente. Devemos buscar o céu interior. A meditação pode se tornar
eternidade, é relaxamento em si, é um estado de não-vontade, de não-ação, de espontaneidade indisciplinada, sem direção, controle ou manipulação. Ela não tem meta, está no presente, é imediatismo. Quem medita torna-se silencioso, tranqüilo, pois a meditação traz paz. É a árvore que cresce sem semente, pois é mágica, misteriosa. Quem abandona o passado é meditativo. Na meditação vive-se o momento, nada interfere e a atenção é total, porque não há distração; só consciência. Quem medita encontra o amor, pois a meditação nos torna amorosos e o amor nos torna meditativos.

Amor e Compromisso - Quando amamos alguém não admitimos que o amor possa acabar e, se ele existe, não há necessidade de arranjo legal. O casamento é necessário porque não há amor. Amor é a fragrância de um coração meditativo,
silencioso e tranqüilo; luxúria é paixão cega. Não há como melhorar o amor.
Se é ele, é perfeito. Se não for perfeito, não é amor. Quem quer conhecer o amor, deve meditar. Só os místicos o conhecem. Ele é um dos muitos atributos de Deus, que também é compaixão, perdão, sabedoria etc. Quem está centrado, é meditativo. O amor é uma alegria transbordante, um estado do ser. O medo é o oposto do amor. O ódio é o amor invertido. No amor nos abrimos, confiamos, expandimos. No medo nos fechamos, duvidamos, encolhemos.

Ame a Si Mesmo - Para amar é preciso conhecer. Daí que a meditação é primária e o amor, secundário. Como o Sol irradia luz sem foco, a meditação irradia amor sem foco. Amar a si próprio é meditação, é ser autêntico, aceitar-se com é. Isso é oração, é gratidão. O amor começa com o amor próprio, com a aceitação de si, de tudo e de todos. A aceitação cria o
ambiente onde o amor desabrocha. Também a confiança começa na autoconfiança, que é independência. Quem é independente, aprende, amadurece e se transforma com as mudanças. O amor é o fenômeno mais mutante da vida: é como uma flor que se abre a cada manhã. Só os independentes podem amar e ser amados.
Diante de um problema o que mais importa é saber exatamente qual é problema e não sua solução.

Uma Nova Dimensão de Amor - O amor é mais verdadeiro e autêntico do que nós. Todo caso de amor é um novo nascimento. O ego é como a escuridão, mas quando chega a luz do amor, a escuridão se vai. As escolhas devem ser pelo real, pior e doloroso e não pelo confortável, conveniente e burguês. O amor nos tira do ego, do passado e do padrão e por isso parece confusão. Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são. Quando a loucura é consciente, pode-se voltar. Todos os místicos são loucos. O amor é alquimia porque primeiro tira o ego e depois dá o centro. Amar é difícil, mas receber amor é quase impossível, porque a transformação é maior e o ego desaparece. É o anseio pelo divino que impede que qualquer relacionamento satisfaça. As pessoas mais criativas são as mais insatisfeitas porque sabem que muito mais é possível e não está acontecendo. Amor 1: é orientado a um objeto. Amor 2: ele transborda, não é orientado por um objeto. É uma amizade que enriquece a alma. Amor 3: sujeito e objeto desaparecem: a pessoa é amor.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Hm ;)

"...E, sem saber, busco respostas que não encontro aqui.
...
Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem, na verdade, a gente é."


Fernanda Mello ~

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Is it real?

...então, toda nossa vida, do nascimento à morte, com todos os seus sonhos, não é também um sonho, que nós presumimos ser a vida real, cuja realidade não questionamos apenas porque não sabemos sobre a outra vida mais real?”.

~ Cartas de Tolstoy ~

 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O Poder da Mente

Vou treinar minha mente ate' o momento em que ao inves de julgar automaticamente, ela seja capaz de perdoar automaticamente. E eu sei que nessa decisao, absolutamente tudo conspira ao meu favor.



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Ate' onde voce chegaria?

Ate' onde voce esta' disposto a ir para descobrir a sua verdade? Esta' voce disposto a deixar tudo o que sabe em troca dessa descoberta? Se a unica forma de ter a real liberdade fosse deixar para tras tudo que acha que e', tudo que acha que tem... seria voce capaz?

O objetivo dos relacionamentos

Estou postando abaixo um trecho do maravilhoso livro de Neale Donald Walsh, chamado "Conversando com Deus".
A ideia do livro e' que ele faz as perguntas (em negrito) e Deus responde. Mas independentemente do que isso possa significar pra voce, peco que leia essa passagem abaixo, sobre relacionamentos, com a mente e o coracao abertos, pois contem muita sabedoria. Esse livro tem me ajudado muito, a tomar cada vez mais para mim mesma, a responsabilidade do que me acontece; porque e' essa a unica forma de completo livre-arbitrio e consequentemente, verdadeira liberdade.
E' uma trilogia e quem tiver interesse de dar uma sapeada, pode fazer download do primeiro volume aqui:

http://www.luzdegaia.org/downloads/livros/diversos/Conversando_com_Deus_Neale_Donald_Walsch.pdf


Espero que curtam tanto quanto eu!
Namaste :)

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"Quando eu aprenderei o suficiente sobre os relacionamentos para conseguir que sejam
bons? Há algum modo de ser feliz nos relacionamentos? Eles têm de ser sempre difíceis?


...Os relacionamentos são sempre um desafio, levando-o a criar, expressar e experimentar
aspectos cada vez mais sublimes, visões cada vez mais amplas e versões cada vez mais
maravilhosas de si mesmo. Em nenhuma outra situação você pode fazer isso com um maior
impacto, mais imediata e perfeitamente do que nos relacionamentos. De fato, sem os
relacionamentos é impossível fazer isso.
É apenas através dos seus relacionamentos com outras pessoas, lugares e eventos que
você pode existir (como uma parte conhecível, algo identificável) no universo. Lembre-se
de que na ausência de tudo o mais, você não é. É assim no mundo relativo, ao contrário de
no mundo absoluto, onde Eu resido.
Quando você entender claramente isso, louvará intuitivamente todas as experiências,
todos os encontros humanos e especialmente todos os relacionamentos pessoais, porque os
considerará construtivos, no sentido mais elevado. Verá que podem, devem e estão sendo
usados (queira você ou não) para construir Quem Você Realmente É.
Essa construção pode ser uma criação grandiosa e consciente, sua, ou uma configuração
estritamente fortuita. Você pode escolher ser uma pessoa que resultou apenas do que
aconteceu, ou do que escolheu ser e fazer em relação ao que aconteceu. É da última forma
que a criação do Eu se torna consciente. É na segunda experiência que o Eu se torna
realizado.
Portanto, bendiga todos os relacionamentos e considere-os especiais, porque determinam
Quem Você É - e agora escolhe ser.
...
A maioria das pessoas forma relacionamentos de olho no que pode tirar deles, em vez de
no que pode colocar neles.
O objetivo de um relacionamento é decidir que parte de si mesmo você gostaria de
"revelar", não que parte da outra pessoa pode possuir e dominar.
Só pode haver um objetivo para os relacionamentos - e para toda a vida: ser e decidir
Quem Você Realmente É.
É muito romântico dizer que você não era "nada" até aquela pessoa especial aparecer,
mas isso não é verdade. O pior é que coloca essa pessoa sob uma terrível pressão para ser
todos os tipos de coisas que não é.
Sem querer "desapontá-lo", ela tenta ser o que não é até não poder mais. Então deixa de
corresponder à imagem que você tem dela. Não pode mais representar os papéis que lhe
foram atribuídos. Surge o ressentimento, e a seguir vem a raiva.
Finalmente, para salvar a si mesma (e o relacionamento), essa pessoa especial começa a
tentar reaver o seu verdadeiro Eu, agindo mais de acordo com Quem Realmente É. Nesse
momento, você diz que ela "mudou".
É muito romântico afirmar que agora que essa pessoa especial entrou em sua vida você
se sente completo. Contudo, o objetivo do relacionamento não é ter alguém que possa
completá-lo, mas ter alguém com quem você possa partilhar a sua integralidade.
Esse é o paradoxo de todos os relacionamentos humanos. Você não precisa de alguém
em particular para experimentar plenamente Quem Você É, e... sem outra pessoa não é
nada.
Isso é o mistério, a maravilha, a frustração e a alegria da experiência humana. Exige uma
compreensão profunda e uma disposição total de viver dentro desse paradoxo de um modo
que faz sentido. Eu observo que muito poucas pessoas fazem isso.
A maioria de vocês forma seus relacionamentos adultos cheios de energia sexual, de
coração aberto e uma alma alegre, senão ansiosa.
Entre os 40 e 60 anos (e para a maioria é mais cedo do que tarde) vocês desistem de seu
maior sonho, perdem a sua maior esperança e passam a ter a sua pior expectativa - ou a não
esperar coisa alguma.
O problema é simples, e ainda assim muito mal compreendido:
seu maior sonho, sua idéia mais nobre e sua maior esperança tiveram mais a ver com a
pessoa amada do que com o seu amado Eu. O teste dos seus relacionamentos teve a ver
com o quanto a outra pessoa vivia bem de acordo com as suas idéias, e o quanto você vivia
bem de acordo com as idéias dela. Mas o único teste verdadeiro tem a ver com o quanto
você vive bem de acordo com as suas idéias.
Os relacionamentos são sagrados porque fornecem a maior oportunidade da vida - de
fato, a única - de criar e produzir a experiência de sua conceitualização mais elevada do Eu.
Os relacionamentos fracassam quando você os vê como a maior oportunidade da vida de
criar e produzir a experiência de sua conceitualização mais elevada da outra pessoa.
Deixe cada pessoa no relacionamento se preocupar com o seu Eu _ com o que está
sendo, fazendo, tendo, desejando, pedindo, dando, procurando, criando e experimentando, e
todos os relacionamentos servirão muito bem ao seu objetivo - e aos seus participantes!
Deixe cada pessoa no relacionamento se preocupar não com a outra, mas apenas consigo
mesma.
Esse parece ser um ensinamento estranho, porque foi-lhe dito que na forma mais sublime
de relacionamento, uma pessoa se preocupa apenas com a outra. Mas Eu lhe digo que seu
enfoque na outra pessoa, sua obsessão por ela, é o que faz o relacionamento fracassar.
O que a outra pessoa está sendo? O que está fazendo? O que está tendo? O que está
dizendo? Querendo? Exigindo? O que está pensando? Esperando? Planejando?
O Mestre compreende que não importa o que a outra pessoa está sendo, fazendo, tendo,
dizendo, querendo, exigindo, pensando, esperando e planejando. Só importa o que você
está sendo em relação a isso.
A pessoa mais amorosa é aquela que é egocêntrica.

Esse é um ensinamento radical...


Não se você o observar cuidadosamente. Se você não puder amar a si mesmo, não poderá
amar alguém. Muitas pessoas cometem o erro de tentar amar a si mesmas através do amor
por alguém. É claro que elas não percebem que estão fazendo isso. Esse não é um esforço
consciente. É o que acontece na mente. Nos recônditos da mente. No que você chama de
subconsciente. Elas pensam: "Se eu puder apenas amar outras pessoas, elas me amarão.
Então serei digno de amor, e poderei amar a mim mesmo.”.
Ocorre o oposto com muitas pessoas que se odeiam porque acham que ninguém as ama.
Isso é uma doença - é quando as pessoas estão realmente "doentes de amor", porque a
verdade é que elas de fato são amadas. Mas isso não importa. Não importa quantos digam
que as amam, isso não basta.
Em primeiro lugar, elas não acreditam em você. Acham que está tentando manipulá-las
com algum objetivo. (Como você poderia amá-las pelo que realmente são? Não. Algo deve
estar errado. Você deve estar querendo alguma coisa! O que quer?).
Elas tentam descobrir como alguém poderia de fato amá-las.
Então não acreditam em você, e tentam fazê-lo provar o seu amor.
Você tem de provar que as ama. Como prova de que as ama, elas podem pedir-lhe para
começar a mudar o seu comportamento.
Em segundo, se elas finalmente chegarem a um ponto em que conseguem acreditar que
você as ama, começarão imediatamente a se perguntar por quanto tempo poderão conservar
o seu amor. Então, para conservá-lo, começam a mudar o seu comportamento.
Por isso, duas pessoas literalmente se perdem em um relacionamento. Elas o formam
esperando se encontrar, e em vez disso se perdem.
Essa perda do Eu em um relacionamento é a principal causa da amargura em uniões
desse tipo.
Duas pessoas se unem em uma parceria esperando que o todo seja mais do que a soma
das partes, apenas para descobrir que é menos. Elas se sentem menos do que quando eram
solteiras. Menos capazes, menos excitantes, menos atraentes, menos alegres e menos
satisfeitas.
Isso é porque elas são menos. Deixaram de ser quase tudo que são para estar - e
permanecer - no relacionamento.
O objetivo dos relacionamentos nunca foi esse. Contudo, é assim que eles são
experimentados por mais pessoas do que você poderia imaginar.

Por quê? Por quê?

Porque as pessoas se esqueceram do objetivo dos relacionamentos (se é que algum dia
souberam qual era).
Quando uma pessoa deixa de ver a outra como uma alma sagrada em uma jornada
sagrada, não pode ver o objetivo, o motivo por trás de todos os relacionamentos.
A alma foi para o corpo, e este ganhou vida, com o objetivo de evolução. Você está
evoluindo, tornando-se alguma coisa. E está usando o seu relacionamento com tudo para
decidir o que está se tornando.
Foi para realizar esse trabalho que você veio ao mundo. Esta é a alegria de criar e
conhecer o Eu, tornar-se conscientemente o que deseja ser. É o que significa ter consciência
de si mesmo.
Você levou o seu Eu para o mundo relativo a fim de ter os meios para experimentar
Quem Realmente É. Quem Você É é quem você se torna em relação a todo o restante do
mundo.
Seus relacionamentos pessoais são os elementos mais importantes nesse processo.
Portanto, são sagrados. Não têm praticamente nada a ver com as outras pessoas, porém,
como envolvem terceiros, eles têm tudo a ver com elas.
Essa é a dicotomia divina. Esse é o círculo fechado. Portanto, não é um ensinamento tão
radical dizer: "Benditos sejam os egocêntricos, porque eles conhecerão a Deus." Poderia
não ser um objetivo tão ruim em sua vida conhecer a parte mais elevada do seu Eu, e
permanecer centrado nela.
Por isso, o seu primeiro relacionamento deve ser com o seu Eu. Antes de tudo, deve
aprender a honrar e amar a si mesmo. Você deve reconhecer a sua dignidade e santidade antes de reconhecer a dignidade e santidade das outras pessoas.
...
Todos os meus mestres - como Jesus - transmitiram a mesma mensagem. Não "Eu sou mais santo do
que vocês", mas "Vocês são tão santos quanto eu".
Essa foi a mensagem que vocês não conseguiram ouvir; a verdade que não conseguiram
aceitar. E é por isso que nunca conseguem amar verdadeira e puramente uns aos outros.
Nunca amaram verdadeiramente e puramente a si mesmos.
E então Eu lhe digo isto: centre-se agora e sempre em seu Eu. Veja o que está sendo,
fazendo e tendo em todos os momentos, não o que está acontecendo com as outras pessoas.
Não é na ação das outras pessoas, mas em sua "re-ação", que você encontrará a sua
salvação. Então não será mais uma re-ação sobre o que o outro fez, e sim uma ação originada de você, que cria Quem Você É e Quem Você Quer Ser."