sábado, 7 de julho de 2012

Escondida como amor

 Muito raramente a religião tem existido de maneira saudável — somente quando um Buda caminha na Terra, ou um Cristo, ou um Krishna, ou um Kabir. Do contrário, a religião tem existido como uma patologia, uma doença, uma neurose.


Aquele que realizou a religião através do seu próprio ser tem uma compreensão totalmente diferente dela. A compreensão daquele que imitou os outros não é, de maneira nenhuma, uma compreensão. A verdade não pode ser imitada. Você não pode tornar-se verdadeiro sendo uma cópia carbono.





A verdade é original e, para chegar até ela, você tem de ser original também. A verdade não é atingida seguindo alguém, a verdade é atingida através da compreensão da sua vida. A verdade não está em nenhuma crença, em nenhum argumento; a verdade está no mais profundo centro do seu ser, escondida como amor.

A verdade não é lógica; ela não é um silogismo, é uma explosão de amor. Sempre que a verdade explode em você, você atinge uma visão de vida, de Deus, de religião totalmente diferente. Os seus olhos adquirem uma qualidade diferente, uma transparência, uma clareza diferente.

Quando a sua mente está anuviada com pensamentos emprestados de outros, seja lá o que for que você chame de religião, não é religião, é apenas um sonho.

A diferença básica torna patológica uma pessoa imitadora. Um cristão é patológico, um hindu também. Krishna é saudável, soberbamente saudável; assim também é Cristo. Quando Cristo diz alguma coisa, ele a conhece. Ele não está repetindo o que alguém disse, ele não é um papagaio. Ele é a sua própria realização — e isto faz toda a diferença.

Quando você se torna um cristão, repete Cristo. Pouco a pouco, você torna-se mais parecido com uma sombra. Você perde o seu ser... perde a si mesmo. Você não é mais verdadeiro, real, autêntico. Um cristão já está morto, e a religião está preocupada com um renascimento.

Sim, ela é uma crucificação também: o velho tem de morrer para o novo nascer. Mas, seguindo uma crença, um dogma, uma igreja morta, você nunca permite que o velho morra — e você nunca permite que o novo nasça. Você nunca assume um risco. Você nunca se move no perigo.

Quando Cristo encara o seu próprio ser, ele está movendo-se perigosamente: ele está assumindo um grande risco, ele está indo em direção ao desconhecido.


Osho, em "O Caminho do Amor – Discursos Sobre as Canções de Kabir"

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