sexta-feira, 1 de junho de 2012

A Vida Como Ela É

"Nós acreditamos no mundo separado, acreditamos em pessoas separadas, indivíduos separados. Acreditamos que há um ‘eu’ e um ‘você’. Acreditamos em um eu separado do mundo, separado de você, separado dos outros, separado da Vida!

E um indivíduo separado é sempre um buscador. Porque no momento em que você se vê separado, você tem o desejo de acabar com essa separação. No momento em que você se vê como uma onda separada no vasto oceano, você tem o anseio de voltar para o oceano. Para acabar com o sentido de ser uma entidade separada contraída.

Um indivíduo busca de diferentes maneiras. No mundo material, a busca por dinheiro, por poder, por saúde. E também a busca no mundo espiritual, uma busca pelo despertar espiritual, Nirvana, Iluminação. Mas é tudo a mesma busca, seja busca material ou busca espiritual, é a mesma busca... E a coisa mais difícil de ouvir, é ver a si mesmo como uma pessoa espiritual, se você pensa que ser espiritual é de alguma forma maior ou mais nobre do que uma pessoa que não é espiritual. É a mesma busca! Seja por milhões em sua conta bancária ou Iluminação espiritual, é a mesma procura. É a procura por algo no futuro para mim. Tem sempre haver comigo, tem tudo haver com o eu separado.

Então o indivíduo é sempre um buscador. Mas também existe a possibilidade de a busca terminar. A busca de uma vida, a exaustão por buscar algo a mais, algo no futuro, algo para me completar no futuro. A possibilidade que isso pode chegar ao fim e o que pode chegar ao fim é o sentido de ser uma pessoa separada, uma onda separada no vasto oceano. E o que pode ser visto é que nunca houve uma onda separada. A onda sempre foi 100% água, foi 100% o oceano. Nunca houve um buscador separado. No momento em que você se vê como um buscador separado, você tem o sentimento de falta, o sentimento de não estar em casa. Então o que acaba quando a busca termina é o sentimento de falta. E o que é visto é que nada está faltando aqui. Que isso já é o suficiente, o que está acontecendo, o que está acontecendo agora. Essa vida comum já é suficiente, foi sempre suficiente, é mais do que suficiente. E só quando paramos de ver ‘isso’, que queremos ‘aquilo’.

A busca está enraizada na rejeição do que É, a busca está enraizada na rejeição disso, dessa vida comum. Nós queremos escapar desta vida comum e nos mover para um estado elevado ou um estado último de consciência ou um nível maior de despertar. Então é sempre um movimento a frente. Isso implica na possibilidade da busca chegar ao seu fim. Por um lado, é um tipo de morte, a morte da busca, a morte de uma pessoa separada e que é consumada no mistério que é a vida em si. A morte do buscador, a morte da busca, consumado na vida em si.

Em sentido profundo, sempre soubemos disso. Nós sempre fomos como bebês recém-nascidos, nós sempre soubemos disso, da brincadeira, da espontaneidade, da inocência, da maravilha da vida como ela é. Nós sempre vemos o mundo como pela primeira vez. Nós só ficamos confusos por um tempo, perdidos neste jogo da busca. Então essa é a verdadeira possibilidade de que tudo isso pode terminar, para revelar o que sempre esteve lá. Isso não é algo novo, não há nada novo. É revelação do que sempre esteve lá. Isso está sempre aqui, isso está sempre aqui, apenas deixamos de notar."


- Jeff Foster -

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